Nascida no final dos anos 70 em uma família italiana, Paula sempre
sonhou em explorar o mundo. Desejava fazer um intercâmbio para
aperfeiçoar o inglês que estudava desde pequena e dizia que quando
crescesse, queria uma profissão em que ela pudesse ser útil.
Filha de uma física nuclear e um economista, foi aluna dedicada nas classes de exatas e se dependesse do conselho dos pais, teria sido engenheira. Cursou Direito, Ciências da Computação e Comunicação, mas foi como jornalista que ela encontrou felicidade e sucesso.
Viciada em estudar, busca incansavelmente aprender coisas novas. Sua grande paixão são as línguas. Conta com quatro na bagagem e outras duas em fase de aprendizado.
“A vida é muito curta para nascermos e morrermos na mesma vizinhança. Passear, viajar e mudar tem muitas vantagens, mas como qualquer outra escolha, tem desvantagens. Tomei riscos, vivi em diferentes países, conheci novas culturas e aprendi outras línguas. Essas experiências, complementam a nossa profissão, mas vai muito além. Essas experiências moldam a nossa existência. Eu certamente seria uma outra “Paula” se não tivesse tido coragem de viver de verdade, sem amarras, sem medos e muitas vezes sem nada além de mim mesma” – lembra a jornalista.
Filha de uma física nuclear e um economista, foi aluna dedicada nas classes de exatas e se dependesse do conselho dos pais, teria sido engenheira. Cursou Direito, Ciências da Computação e Comunicação, mas foi como jornalista que ela encontrou felicidade e sucesso.
Viciada em estudar, busca incansavelmente aprender coisas novas. Sua grande paixão são as línguas. Conta com quatro na bagagem e outras duas em fase de aprendizado.
“A vida é muito curta para nascermos e morrermos na mesma vizinhança. Passear, viajar e mudar tem muitas vantagens, mas como qualquer outra escolha, tem desvantagens. Tomei riscos, vivi em diferentes países, conheci novas culturas e aprendi outras línguas. Essas experiências, complementam a nossa profissão, mas vai muito além. Essas experiências moldam a nossa existência. Eu certamente seria uma outra “Paula” se não tivesse tido coragem de viver de verdade, sem amarras, sem medos e muitas vezes sem nada além de mim mesma” – lembra a jornalista.
Hora Extra: Como foi seu encontro com o jornalismo?
Na verdade, foi por acidente. Eu
trabalhava na bolsa de valores (BMF-Bovespa) e uma antiga colega, que
trabalhava em uma produtora, disse que tinha uma vaga na TV Band e que
era a “minha cara”. Eu nunca tinha pensado em trabalhar em nenhuma
mídia, a única experiência que eu tinha na indústria, eram os longos
anos de curso de teatro. Liguei e por curiosidade, fui fazer a
entrevista. Foi amor a primeira vista. Anos depois, soube que a diretora
de RH vetou minha entrada, mas meu primeiro gerente foi quem insistiu
que eu era a candidata certa. Dias depois fui contratada. Deixei o
mercado financeiro e comecei a trabalhar naquela emissora. A Band sem
duvida foi a minha melhor escola, aprendi muito durante os anos que
trabalhei ali. Mas jornalismo é muito mais do que um trabalho, é paixão,
é dedicação. São 22 anos e eu não quero viver sem a missão de informar
nenhum dia da minha vida.
HE: Qual a cobertura que mais te marcou?
Eu lembro de cada trabalho que fiz com
carinho. Tento sempre me entregar por completo em cada um deles. Alguns
são mais marcantes pelo peso ou repercussão. Da Austrália, para mim foi
um renascimento, já que foi a primeira vez que entrei ao vivo como
correspondente internacional com o incêndio do National Park. O incêndio do Greenfell Towers
talvez tenha sido um dos mais dolorosos para fazer, pois meu filho
estudava no maternal que ficava dentro daquele complexo. Sem dúvida a
que me tocou mais foi o Brexit. Três anos sólidos de trabalho, não
podemos piscar para não perder nenhum detalhe, e ainda não tem desfecho.
O Brexit para mim tem outro tom também, porquê eu sou mais um entre
tantos europeus afetados.
HE: Quais são os prós e os contras de exercer jornalismo fora do país?
A experiência é fantástica. Escola
maravilhosa. O começo nunca é fácil, precisamos aprender a ser auto
suficientes em todos os aspectos. Não e só a história que no exterior
lavamos, passamos, cozinhamos e limpamos a própria casa. As pessoas não
são tão amigáveis quanto os brasileiros e é mais difícil fazer amizades.
Eu sempre fui o “grude” da família e do grupo de amigos, e viver longe
deles foi e é uma missão quase impossível. Hoje é mais facil, tem toda
essa tecnologia que facilita a comunicação, mas quando eu fui embora era
cartão pré-pago e orelhão. Vivendo em países latinos, sentimos ser
abraçados de alguma maneira pela comunidade, mas nos países anglos não.
Eu passei por situações desagradáveis, vítima de preconceito, mas hoje
tiro de letra.
HE: Voltaria para o Brasil se uma oportunidade aparecesse?
E por que não? Hoje é mais difícil. Sou
casada com um britânico e mãe de um pequeno britânico. Os dois só falam
inglês. De todas as propostas que recebi desde que tenho família, essa
de ter vindo para os Estados Unidos foi a primeira que eu considerei,
por conta do idioma. Ainda assim é complicado para eles, porquê aqui no
sul da Flórida encontramos mais pessoas falando espanhol do que inglês
nas ruas. Mas claro, respondendo a sua pergunta, se fosse uma
oportunidade “imperdível”, eu consideraria o retorno ao Brasil.
HE: Que dicas ou sugestões você daria para estudantes e profissionais que gostariam de seguir essa mesma trilha internacional?
Não existe receita. Não acontece da
mesma forma para Maria e para José. Para mim, foi um diferencial ter
estudado inglês desde criança, aprendido bastante da língua italiana com
meus avós e depois ter aprendido outras línguas. Ainda assim, com
fluência, somos vistos de maneira diferente. Precisa mostrar competência
para compensar o sotaque. Inglês e espanhol já não são mais tópicos de
diferencial, é quase uma obrigação na nossa indústria. Diferencial mesmo
e quando você tem 4, 5, ou ate 6 línguas no currículo e ainda assim a
competição e grande. Tem de estudar muito, pesquisar sempre, não ter
preguiça de cruzar fatos e consultar fontes. História também é
fundamental, para entender o momento presente. E acima de tudo, seja
curioso!
Fonte: Jornal Hora Extra
https://jornalhoraextra.com.br/entrevista/profissao-jornalista-conheca-a-historia-de-paula-tooths/